quarta-feira, 3 de novembro de 2010

GRAVANDO - AO VIVO NO ESTÚDIO

Quero compartilhar com vocês minha admiração e curiosidade em relação a sonoridade das gravações feitas ao vivo em estúdio, e essa busca em aprender mais sobre o assunto tem me levado a pesquisar cada vez mais.

O que alguns técnicos de gravação dizem a respeito

Você já deve ter ouvido muitos técnicos de gravação alertar você e sua banda, ou mesmo ao produtor musical sobre sobre a possibilidade de haver vazamentos do som de um instrumento no microfone do outro quando vão ser gravados simultaneamente, e sobre o quanto isso pode "prejudicar" o resultado final da sonoridade.
Mas dependendo do caso e da proposta os vazamentos são até bem vindos, vão criar justamente a sonoridade ideal e dependendo da sala uma compressão natural, amarando de forma positiva a sonoridade.

Are you ready?

Há muito tempo que a maioria das gravações não são mais realizadas ao vivo em estúdio, junto a isso também se foi o tempo em que tinha que ser bom pra gravar, o tempo do quem sabe faz ao vivo, tinha que estar pronto pra sessão, caso contrário repetia-se vários takes toda a banda, ou ficava do jeito que estava, escolhendo-se o melhor take.
Mas não eram só os músicos que tinham que ser bons ao vivo, os técnicos de gravação tinha que encontrar o som final (mixado) já no momento da captação e acontrar o equilíbrio exato das frequências correspondentes de cada instrumento.
O produtor Bumps Blackwell produtor de Little Richard, entre outros, cita no livro The Life and times of Little Richard sobre como era gravar naqueles tempos:
"Para os técnicos de hoje cercados de computadores, comparando a tecnologia usada nos anos 50 e a de hoje, seria como comparar o Kitty Hawk (avião usado no 1º vôo mecânico e tripulado em 1903) com um ônibus espacial... a gente gravava em dois canais.As vezes a gente fazia um corte num canal, no meio ou no fim da gravação, mas de mixagem a gente nunca tinha ouvido nem falar.Quero ver os técnicos de hoje gravarem em dois canais."

Mas o grande lance é que ainda hoje muitos desses discos gravados em condições consideradas atualmente precárias vendem milhões por serem autênticos e realmente bons, fizeram escola e influenciaram milhares de outros artistas!

Gêneros mais gravados ao vivo em estúdio

Esse tipo de gravação é muito comum em estilos como o Blues, o Jazz, o Rockabilly, "música de raiz" e gêneros semelhantes, ou até mesmo em projetos em que se busca fazer releitura de uma obra que marcou época e requer uma sonoridade das décadas de 40 e 50 por exemplo.
Um dado interessante é que muitos estúdios daquelas décadas eram beneficiados acusticamente por grandes salas projetadas para obter uma ambiência mais natural, o que difere e muito da atual realidade vista na febre dos home studios que são feitos em pequenas salas, ou mesmo em ambientes de apartamentos, dependendo assim dos plugins e reverb por convolução.Mas vale lembrar que alguns alguns estúdios como o lendário da Sun Records de Memphis por exemplo não tinham grandes salas, mas deixaram sua marca e identidade acústica até hoje!

Assista alguns videos que selecionei para ilustrar melhor o assunto.

Marty and Dave Karmiol - Live Studio Recording Session


Noisy boys recording session

 

Tommy Sands - Teenage Crush





Por Joanatan Richard

2 comentários:

  1. Eu posso dizer que ainda alcançei gravações feitas assim. Quando moelque meu pai me leva-va prá tudo que é canto e nesses lugares um em especial me fascinava que era o studio da rosemblit lá na estrada dos remédios lá no bairro de afogados em Recife. Era o maior studio do nordeste com fabrica de vinil e tudo. a sala de gravação era do tamanho do teatro difusora e a técnica ficava a mais ou menos 3 metros de altura de onde se via toda a sala acustica. Gravaram ali orquestra sinfônicas, artistas como cauby peixoto etc... um gravador ampex de 8 canais e tudo era passado por um produtor musical que aprovava ou não a obra pra ser fabricada em vinil o LONG PLAY. Na minha opnião o bom profissional não morre. Voce poder ter a biblioteca que for de loops e samplers e os plugins que quizér mais se tu neguinho não souber o que fazer com isso. putz

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  2. Thadeu, obrigado por comentar e enriquecer a postagem sobre o assunto!
    Eu não vou mentir, sinto uma certa inveja de vc por ter visto tudo isso, srsr.

    A Rozemblit foi de uma tremenda importância para a indústria fonográfica na América Latina, serviu de ponte e divulgação para Bienvenido Granda e outros artistas internacionais como The Platters... para nós nordestinos nem se fala, SEU PAI QUE O DIGA!

    Sou seu fã por vc ser um dos raros técnicos de nossa região a preservar e saber o valor dessa arte maravilhosa e dígna dos grandes!

    Vamos em frente!

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