quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Super entrevista com Fabio McCoy da Crazy Legs

Por Joanatan Richard



É com muito prazer que trago para vocês esta entrevista com a banda paulistana Crazy Legs, que por pouco já não fez seu show de estréia no Nordeste em Caruaru, Pernambuco.
No exterior a Crazy Legs é a maior referência brasileira tratando-se de Rockabilly!
Expresso aqui minha grande admiração, pela fidelidade deles ao Rockabilly feito com muita personalidade, pois não se rendem a modismos baratos, tão comum no "rOCK" atual.
A Crazy Legs é ATITUDE & MUSICALIDADE!!!

Quem responde é Fábio MacCoy, baterista e compositor da banda, que além de músico é colecionador de raros Long Playings de Rockabilly, Rock 'n' Roll, Surf Music, e está a frente da Bad Habits Records, primeiro selo e distribuidora de Rockabilly da América Latina.


O ano está terminando, a Crazy Legs lançou mais um ótimo disco pela Bad Habits Records, mas sabemos que novos projetos não param, conta pra nós sobre esses projetos.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer pelo espaço para podermos conversar sobre a banda. Acho que os mais novos projetos em andamento seriam o nosso video clip que acabamos de gravar na semana passada e foi feito pelo alunos da FAAP aqui de São Paulo.
Também estamos programando para Maio de 2010 uma grande tour pela Europa, para divulgação do album "Green Men From Mars" e os nossos shows começam em Walldorf na Alemanha, depois iremos passar por pelo menos mais oito países!!!

Tem rolado muito a discussão sobre a falência da indústria do disco, o fim do formato físico, e em meio a isso reabre a única fábrica de vinil da América Latina.O que acha disso tudo?
Infelizmente o conceito de album foi perdido pela nova geração consumidora de música e novos formatos mais acessíveis a estes novos consumidores tomam corpo, como venda de mp3, albuns em celulares, etc...
Por outro lado a indústria fonográfica mainstream foi uma grande culpada pela falência da industria devido a ganância por lucros exacerbados, colocando assim preços altos nos seus produtos e levando a massa a recorrer a pirataria para poder "prestigiar" seu artista favorito.
A cena musical underground não foi muito afetada em minha opinião, pois o público das bandas underground compram discos regularmente e querem informações complementares sobre o disco, além destes produtos se tornarem altamente colecionáveis com o tempo. O vinil esta incluso quando falo disto.
Acho que a volta de uma fábrica de vinil é super saudável para o mercado, pois também é mais um formato disponível que além de agradar os velhos fans dos bolachões, tem grandes chances de angariar novos admiradores.
Uma coisa que me preocupa é o como será o custo para selos menores fazerem encomendas e também se o material vai ter uma qualidade razoável, comparando aos discos prensados hoje na Europa e Estados Unidos.

Inclusive em 2006 vocês tiveram um LP compacto fabricado ainda na administração anterior da Polysom!

Sim. No ano de 2006 fizemos um compacto duplo, vinil vermelho, edição limitada de 300 cópias numeradas a mão. As cópias se esgotaram em dois meses e já achei alguns a venda por U$ 150,00 em websites europeus... rs

Vocês já apresentaram-se em várias regiões do país e no exterior, porém nunca aqui no Nordeste brasileiro, você acredita que aqui há um público apto a curtir o Rockabilly?
Claro que existe um público para curtir rockabilly no Nordeste. Se por acaso não existir com certeza nós iremos formatar um público por ai...a questão é fazer o primeiro show apenas!
Já tivemos muito perto de tocar no Nordeste, mas por motivos de força maior não conseguimos fazer isto ainda. Mas quem sabe neste ano de 2010 não conseguimos a façanha!

Fale um pouco sobre o processo de gravação do Green men from Mars.
Este CD foi concebido de uma maneira diferente para nós. Antigamente eu escrevia as letras e o Sonny fazia os arranjos, depois uniamos o material e entravamos no estúdio juntos e com uma idéia prévia de como ficaria.
Com o album novo escrevemos várias letras juntos, fizemos grande parte dos arranjos juntos e passamos a idéia principal para o produtor que foi lapidando todo este material bruto e muitas das músicas ficaram com uma cara muito diferente do que esperavamos. Também foi gravado com calma e demorou meses até as gravações estarem concluídas.

Em que aspecto essencialmente a presença do produtor fez a diferença para a gravação do CD?
Todos os albuns anteriores foram produzidos por nós. Acho que o diferencial de ter alguém produzindo seria as opiniões de alguém de fora, que não estava inserido no concebimento do material e pode trazer idéias novas para o produto. Também esta pessoa pode lhe falar se algo esta soando ruim com mais rapidez e poupar o tempo da banda.

Vocês são a maior banda de Rockabilly do Brasil, referência lá fora quando se trata do assunto, como você avalia os frutos nesses anos todos na estrada?
Estamos em atividade desde 1996 e os frutos destes anos de estrada estão diretamente ligados ao compromisso e dedicação que tivemos desde o começo para com o nosso trabalho, sendo assim até hoje.
No começo enfrentamos os mais variados tipos de dificuldades, lidando também com nossa inexperiência, mas depois com o passar dos anos amadurecemos e tenho orgulho de dizer que fizemos excelente discos e tivemos excelentes críticas da mídia, mas o mais importante é que nunca desistimos e soubemos contornar nossos problemas e dificuldades que não foram poucas pelo caminho.
              Mr. McCoy e Mr. Richard no Bourbon Street

O que diría para bandas iniciantes, ou mesmo para veteranos em relação a falta de perspectiva para o Rock 'n' Roll?
O que tenho a dizer é para manter o foco na música , o resto é concequência!


CONTATOS:
www.crazylegstrio.com.br
www.myspace.com/crazylegs
www.badhabitsrecords.com

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

NOVOS TEMPOS OU A VOLTA DO LONG PLAY



Está rolando mundo afora a maior discursão sobre o futuro da indústria fonográfica, qual será o formato físico do futuro, qual tipo de mídia, ou se apenas vai ter êxito comercial quem fizer isso ou aquilo, Itunes, download pago, etc.
É verdade que a música não depende apenas de formato um formato específico para ser feita, muito menos para ser de boa qualidade, e sabemos que os tempos mudaram muito, muita gente não tem tempo para amar o próximo, muito menos para ouvir um disco todo ou mesmo mudar do lado A para o lado B.
Eu trago comigo um jeito muito particular de ser, de não seguir modísmos, de não me vender nem de fazer algo somente porque alguém disse ser o caminho, apesar de não ser tão radical a ponto de deixar passar um idéia ou estratégia atualizada de comercialização do meu produto, mas buscando a coerência sempre.
Quando se trata de trazer de volta a fabricação do disco de vinil, o LP, muitos tiram muito "sarro"  da idéia, vou fazer minhas as palavras do colega que escreveu isso abaixo:

"Comprar algo ‘porque é a última tecnologia’, é coisa de suburbano, subdesenvolvido com complexo de inferioridade. Uma novidade não precisa excluir necessariamente a anterior. Mas, claro, o marketing não funciona assim…"  (comentário feito por Luciano www.lucianomello.com.br)

                Edição brasileira do 1º album de Bill Haley de 1956


Eu fico indignado quando escuto alguém fazer aquele comentário "quem gosta de coisa velha é museu", quanta ignorância, quanta burrice e alienação, lembrando que há uma grande diferença entre uma "coisa velha" deteriorada e algo antigo mas bem conservado (ou restaurado), algo que preserva a memória da nossa história, muitas veses com pioneirísmo.
Não acredito ser este o caso do disco em vinil, nunca o classifiquei como antiguidade, já que nunca deixou de ser fabricado em países do primeiro mundo, e há mais de um ano deixou de ser fabricado no Brasil mas já reabriu as portas da Polysom única fábrica da América Latina, entre seus clientes a Sony Music que está  lançando a série Meu Primeiro Disco, que traz de volta ao mercado alguns álbuns históricos em edição limitada, entre eles LPs dos Engenheiros do Hawaii, Inimigos do Rei, João Bosco, Skank, Zé Ramalho e Maria Bethânia. A conterrânea Nação Zumbi terá o seu primeiro disco também relançado. 
           

Do lado de cá vou batalhar para que pelo menos um dos trabalhos da Ipojuke seja lançado em vinil, apesar de não ser tão barato fazer nesse formato, em parte devido a velha problemática do Brasil em relação as taxas tributárias, já que boa parte da matéria prima do vinil é importada.

Por Joanatan Richard

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

CARREIRA MUSICAL



Recentemente fizeram-me uma pergunta pelo Orkut sobre como "fazer" uma carreira, e essa pessoa comentava que a impressão que sente é que quanto mais compõe suas músicas, mas tem a sensação de ser em vão!
A minha resposta foi a seguinte:
"Carreira é algo que se constroi a cada dia, passo a passo, começa desde o aprendizado e vai até o fim da vida... não ache que é em vão não, mas faça sempre um aprendizado durantee cada etapa, e fique sempre por dentro de tudo que acontece no mercado musical.
SABIA QUE A INDÚSTRIA DO DISCO FALIU, EM PARTE PELA CHEGADA DA CHEGADA DA INTERNET? 

Por isso praticamente gravadoras quase não bancam como antes discos e artistas!

Daqui pra frente vai ser muito mais difícil para artistas como por exemplo: Britey Spears, Victor e Léo, etc.Obviamente sempre haverão empresários milionários que "fabriquem" novos "talentos", mas acabou as bajulações de gravadoras multinacionais, etc.O artista tem que se bancar.
E vai se sair bem quem relamente for bom por si só, e uma das saídas é ter seus trabalhos divulgados pela internet, divulgando algumas horas por dia!
Portanto estude, dedique-se e prepare-se muito."


Isso vale para todos nós... aguardem o post seguinte que terá muito haver com este mesmo assunto. 

Por Joanatan Richard

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

PRODUÇÃO, GRAVAÇÃO E MIXAGEM DE UM CD

 

Queremos trazer um pouco mais de informação sobre produção, conceito musical, estúdio, gravação, e sobre as dúvidas mais comuns para quem vai entrar pela primeira vez no estúdio para gravar um CD e muito mais.

Há dez anos desde quando fiz minha primeira gravação com a The Bluz, tem sido um grande prazer cheio de desafíos, aprendizados, erros e acertos, e muita inspiração gravar e produzir também alguns trabalhos de bandas, ou cantores locais, em especial de Rock e Pop, mas também de outros gêneros e estilos.

Vocês amigos compositores, bandas ou cantores em geral, devem-se perguntar qual o primeiro passo, a quem recorrer, qual estúdio procurar, como escolher o melhor estúdio, engenheiro de som, produtor e diretor, etc.
No tempo atual ficou bem mais fácil, pois a tecnologia permite até mesmo gravarmos em casa com um notebook, ou um simples PC, e se analizarmos o passado muitos discos que marcaram a história da música mundial foram gravados de forma até precária olhando com olhos da atualdade.                         

                         Lancaster com The Bluz



O ESTÚDIO
Afinal, qual a melhor opção, gravar em um grande estúdio ou num home studio?!
Vou citar alguns exemplos e vocês mesmos tirem suas conclusões.O album Born in the USA de Bruce Springsteen foi gravado em quatro canais de um portastudio e vendeu milhões de cópias nos anos 80, até mesmo os albuns dos Beatles, Jimi Hendrix e tantos outros ícones da música mundial dos anos 50 e 60 foram gravados em quatro canais.
O que temos que saber é se o técnico de gravação realmente é apto conhecedor dos diversos aspectos que envolvem uma gravação, é importante fazer uma boa captação dos isntrumentos, boa microfonação, saber fazer o adecuado uso da sala como influência direta na sonoridade e timbres de acordo com seu estilo musical. No caso da música eletrônica em geral a influência da sala é relativa porque geralmente ser gravado plugado de forma direta. Mas enfim, o bom técnico e um mixer bem preparados vão fazer o melhor com o que possuem em mãos.
 
PRODUÇÃO E CONCEPÇÃO 
Outro aspecto importante é a produção, muitas vezes acredita-se que basta apenas ter bons músicos no estúdio, ou mesmo uma banda bem ensaiada, ótimos cantores, etc.É necessário tudo isso, porém só isso não basta! É preciso ter uma concepção criativa do disco como um todo, tá ai a importância de um bom produtor para o disco, e que agregue essas várias qualidades e pré-requisitos citados, e muita criativide e inspiração, dando idéias ou até mesmo fazendo os arranjos do disco.


PRONTOS PARA A GRAVAÇÃO? 
Em geral horas de estúdio não custam barato, portanto bandas, é importantíssimo estarem bem ensaiadas, bem preparadas para o grande momento, principalmente se for sua primeira gravação.
Na minha opnião e pela minha experiência, não existe aquele negócio de "música fácil" na hora da gravação, os fatores psicológicos, especialmente para iniciantes conta muito, muita gente treme e sua na hora "H", por isso é imprescindível estar o mais pronto possível.
O modo moderno de gravação facilitou muito para os "despreparados", isso é verdade, pois grava-se um instrumento de cada vez, já a maneira feita nos primórdios ao vivo no estúdio não tem atalhos, tem que está todo mundo pronto pra gravar junto, se um só errar volta tudo, essa é a opção para quem quer um som mais quente, bandas de Jazz, Blues, Rockabilly, Bossa Nova, Choro, música regional... bem, na maioria dos casos ficam melhores assim.Mas em todos os casos tem mesmo que estarem bem preparados.

                                Microfonação do amplificador 


 A MIXAGEM
A mixagem assim como todas as outras etapas é de tamanha importância por se tratar da 'cara' que sua gravação vai ter, como vai soar para o ouvinte final.Quanto mais as etapas anteriores estiverem bem feitas e equilibradas, mais sua mixagem tem maiores chances de ficar melhor!

Este é um momento onde o produtor junto com a banda, ou o cantor podem imprimir um perfil específico ao trabalho, é como uma maquiagem que vai realçar melhor, podendo até mesmo esconder pequenas imperfeições na hora da execução.


Por Joanatan Richard