quarta-feira, 27 de abril de 2011

CABOS BLINDADOS


















Muitas vezes em uma instalação deparamos com sistemas que apresentam “zumbidos” de fundo, e ás vezes são tão intensos que inibem o sinal que se deseja amplificar.
Todos os sinais de pequenos níveis exigem que sejam blindados os cabos que os levam aos amplificadores ou mesas de mixagem, justamente porque a nossa rede domiciliar irradia o incomodo zumbido de 60 Hz, que por ser de ordem de 168 Volts de pico em corrente alternada (AC), já é mais do que suficiente para “invadir” e se somar a estes níveis, e um cabeamento aberto funciona como uma “antena” para todos os sinais irradiados nas proximidades da instalação.
Não se deve confundir cabo blindado com cabo coaxial. Tanto um como o outro até podem ser usados em sonorização, mas, somente os coaxiais servem para serviço de Telecomunicação e de Radio Difusão, devido as suas características dielétricas constantes.

SABER ESCOLHER
Quanto ao melhor cabo blindado, os de malha trançada são considerados os que menos zumbido apresenta em linha aberta, ou seja, uma extremidade ligada ao amplificador, e a outra sem qualquer conexão.
De qualquer forma você deseja saber qual o cabo com menos indução (Nome dado a capacidade de captar ruídos externos) oferece, poderá ser feito o teste de “malha aberta”; colocando uma das extremidades do cabo de 100 metros que você deseja adquirir á entrada de um amplificador de potencia, com o volume próximo ao Maximo. A outra extremidade devera esta aberta. Não devera ser observado zumbido, se a peça de cabo for realmente de boa qualidade.
Com relação a durabilidade,esta associada a quantidade de “filetes” que possui o seu condutor central (fios finos que compõe). Quanto maior for a quantidade de filetes, e quanto mais flexíveis forem os mesmos, maior será a durabilidade do cabo, e menor  será a chance de rompimento durante o serviço. Não são recomendados cabos com filetes rígidos, pois os mesmos durante o tempo de uso acabam por se romper internamente, principalmente durante o recolhimento.
Dependendo da finalidade, os cabos de filetes rígidos, alguns tipos possuindo fios de aço misturados aos de cobres, podem ser usados tranquilamente em serviços de auto-suporte (esticados no poste).

TIPOS DE CAPEAMENTO
Outro fator importante é o tipo de capeamento usado. Os tipos emborrachados são os mais cômodos, talvez não sejam os mais duráveis devido a sua altíssima flexibilidade, permitindo o rompimento do condutor central quando tracionado (esticado). Já os capeamentos plásticos já permitem um auto-suporte externo evitando que trações (estiramentos) acabem por romper o condutor central. Contudo, você deverá associar a qualidade do material usado ao beneficio do seu serviço de sonorização.
São considerados pequenos sinais, necessitando de cabeamento blindado:
a)      Saídas ou entradas nos pré-amplificadores, amplificadores e mesa de mixagem:
REC, TAPE, LINE IN, LINE OUT, AUX, FM, MIC P.A. e LINHAS BALANCEADAS.
b)     Saídas Guitarras elétricas e microfones em geral.

Portanto caros amigos é importante cuidarem dos seus cabos pois convém lembrar que 99% dos problemas de instalação sonora são provenientes de cabos partidos ou conexões mal feitas.

Por Thadeu Alves 
Técnico em Mixagem              

quarta-feira, 20 de abril de 2011

A DIFÍCIL ARTE DE SER ORIGINAL


Caros amigos músicos, técnicos e demais amantes do mundo do áudio, muito se escuta falar sobre o que faz um grande artista.
Mas em geral a quantidade de aspirantes a grandes nomes do cenário musical pop ou alternativo que ainda não percebem a diferença entre ser original ou em apenas ter boa técnica é muito grande.
De fato não é fácil encontrar "um caminho" quando o assunto é ser original.


                       GARIMPANDO E LAPIDANDO 


Que tem muitos cantores e bandas boas escondidos atrás da falta de oportunidade isso não é novidade!
Em meus trabalhos como produtor musical tenho observado sempre a seguinte questão, que muitas vezes alguns teem muitas limitações técnicas, mas tem criatividade e originalidade de sobra, em outros casos é o contrário, muita técnica mas pouca alma e originalidade!
Um dos meus grandes desafíos na produção de um projeto, seja single ou album completo, é justamente buscar trazer a tona o que há de melhor do artista.
Pra isso procuro descobrir em primeiro lugar se o material composto é bom, esse já é um grande indicador se o trabalho vai ser realmente legal ou não.
Depois visualizar os arranjos que melhor vão se encaixar no material e fazer uma "estrutura" bem feita e coerente de todas as idéias, e partir para execução e interpretação propiamente ditos.

                          UM BOM EXEMPLO


Um bom exemplo do que citei sobre originalidade é o programa para novos talentos, Ídolos, pois lá vemos vários "níveis" de qualidade técnicas e artísticas de cada candidato.
Alguns realmente não possuem nenhuma vocação para cantar, e falta muita coerência e autocrítica, mas a parte que mais interessa analizar aqui é justamente o "felling" dos jurados em distinguir quem apenas canta bem de quem realmente interpreta com personalidade e distinção, e claro com consciência e técnica também.
Outro detalhe mais interesante é que muitos dos candidatos eliminados já na primeira etapa são cantores da noite e até já são profissionais.

                              AUTOCRÍTICA

Então meus nobres amigos, muita atenção em si mesmo, muita autocrítica, não se guie apenas pelos elogíos feitos por familiares e amigos, que com todo respeito, não são do ramo e não entendem a diferença entre as diferentes qualidades que um artista precisa ter pra realmente poder ser um dos bons!
Eu particularmente falando sempre usei e uso um dito popular que diz: Em terra de cego quem tem um olho é rei.
Desde minha iníciação na música, gostando ou não, procurei refletir sobre as críticas feitas a minha maneira de cantar, tocar, compor.Já tive até a oportunidade de ouvir elogíos e críticas de grandes músicos do cenário nacional, e isso tem me ajudado como referência de mim mesmo, o que tenho que melhorar a cada dia!

               O QUE É DE VERDADE EM VOCÊ
                               Lady Gaga: http://thegloss.com/beauty/gallery

Não deixe a tentação de querer parecer com um determinado artista lhe pegar, pois até aquelas pequenas "falhas" na sua forma de cantar, tocar ou mesmo quebrar algumas "regras" impostas por certos padrões podem ser sua marca pessoal, sua impressão digital, só você vai ter!
Quero citar dois exemplos:
Já pensou se Lady Gaga fosse apenas mais uma cantora "estilisticamente" correta?
O que seria de Elvis Presley sem aquele jeito caipira de ser combinado com sua fúria juvenil e ao mesmo tempo tímido de ser?

Não quero dizer que não devemos pegar elementos e idéias de outros artistas, quanto mais influências e referências tivermos melhor.
Coloque sua alma, sua verdade pra fora, tenho coragem de ser você mesmo!

Por Jonathan Richard

terça-feira, 12 de abril de 2011

SOM FLAT


O QUE SERIA UM SOM FLAT?

A Palavra FLAT escrita em inglês tem vários sentidos e em vários seguimentos, na construção civil, na música escrita, na marinha, geografia, etc.Basta vocês fazerem uma pesquisa rápida no Google ou um tradutor de texto e verá esses exemplos, mas na linguagem nossa da mixagem tanto no estúdio como no show ao vivo, essa palavra FLAT tem o significado de neutro, sem alterar o som original ou o ponto de partida de um equipamento, ex: mesa de som, equalizador gráfico, ajuste de efeitos em geral.
Na maioria das mesas digitais você encontra a função FLAT para que o seu equalizador volte a sua posição inicial [eletrônica, eletricidade] ponto plano em um comutador, resultante de desgaste. Agora vamos falar de timbres de instrumentos principalmente os eletrônicos (pedais e amplificadores de guitarras, baixo, teclados e processadores de efeitos em geral) que são sempre motivo de preocupação para nós técnicos e produtores musicais.

  















Exemplo da posição flat no equalizador de uma mesa analógica.


 Exemplo da posição flat em um pedal de guitarra analógico.
 
Mais como de costume as pessoas se confundem muito quanto ao sentido desse ajuste quando se trata de mixagem de um disco ou de um show ao vivo. Não faz muito tempo em que fui convidado para fazer uma mixagem de um show de uma cantora amiga minha aqui na cidade, e no Checking Áudio (Passagem do som), depois de checar a parte percussiva da banda fui para os intrumentos de cordas e outros instrumentos: Sanfona, teclado, baixo, guitarra e um violão de 12 cordas tudo normal até chegar a vez desse violão de 12 cordas. O Músico usava em seu violão um pedal de efeito mais comum em guitarras e a sua maneira de programar os efeitos e timbres do pedal que na verdade era um processador de vários efeitos pra guitarra, ele tinha uma visão muito particular dos timbres e volumes dos bancos do som de seu pedal, mais no contexto geral da mixagem entre os outros instrumentos a cada mudança de ajuste ou banco, sujava (misturava o som geral) da mixagem. Falei com ele sobre o problema e a resposta dele pra mim foi deixa flat na mesa... Ou seja, ele tem uma idéia super equivocada do assunto. Vou explicar porquê. 

EXPLICANDO MELHOR
Enquanto o músico só trabalhar com o som do seu instrumento, nós técnicos trabalhamos com todos os intrumentos juntos e numa mixagem de um show ao vivo você não tem a comodidade de um estúdio no qual você pode pegar aquele som que está uma hora mais alto ou mais baixo e ajustar ele no lugar certo através de recursos como AUTOMAÇÃO. Ao vivo você precisa trabalhar em conjunto ( Por isso que chamavam assim as bandas antigamente). 
Para que o plano sonoro seja o mais parecido com o disco que você escuta em casa. Para você que pensa que um técnico de som ao vivo só faz checar se ta chegando o instrumento e passa o resto da noite tomando cerveja e paquerando, tá enganado ele faz parte da banda ele trabalha todo o show. 

Portanto o FLAT é uma palavra com vários sentidos em muitas áreas e no nosso caso o som tem vários exemplo de uso dessa palavra. Por exemplo uma caixa de som de referencia num estúdio. Usa-se o termo flat pra dizer que aquela caixa de monitor de referência não tem coloração no seu som (Agudos ou graves em excesso), no P.A. (Sistema de caixas de som endereçadas ao público). Quando agente faz o alinhamento desse sistema a finalidade é deixar o mais equilibrado possível as freqüências de graves, médios graves, médios agudos e agudos, ou seja FLAT na linguagem do engenheiro de áudio. 
Espero ter ajudado aos amigos nessa pequena conversar sobre áudio. 

Por Thadeu Alves 

sábado, 9 de abril de 2011

GRAVAR TUDO DE NOVO!


Esse assunto, dependendo da situação dá um certo medo, não é mesmo?
Mas esse muitas vezes é o melhor camanho quando determinado instrumento não ficou bem gravado em uma música, em certos casos é melhor até mesmo refazer o trabalho todo.
Também já vi casos em que por questões técnicas relacionadas ao armazenamento, problemas no HD ou por não fazer um backup, muita gente perder tudo que havia sido gravado!


FORÇA PARA O RECOMEÇAR

Sabemos que não é fácil refazer todo um trabalho, principalmente no caso citado acima, quando já estava tudo pronto, mas isso pode acontecer até com grandes artistas em grandes estúdios, como por exemplo Ed Motta, no documentário Poptical do seu DVD, onde ele mostra alguns trechos durante a gravação, e comenta o lado bom de ter que refazer o trabalho perdido, diz o quanto ama gravar e estar novamente em estúdio é mais uma chance de vivenciar esse momento.

Já quando chegamos a uma determinada etapa da gravação, onde temos muitos instrumentos gravados mas notamos que houve algum erro na captação, ou mesmo na execução em algum instrumento, uma das grandes preocupações passa a ser o orçamento e relação ao tempo gasto em estúdio e com os músicos contratados.
Daí, sentimos o peso de se gravar de forma independente e de não ser nenhum popstar, isso quando no auge de ser Popstar as grandes gravadoras bancavam muitas regalias, enre eles muito tempo de estúdio.Os Beatles por exemplo, quando descidiram gravar o Sgt Pepper's que é considerado um dos principais albums de todos os tempo, gastaram cerca de 700 horas de estúdio em 129 dias.


VALE A PENA

Acredito muito no sonho (talento e qualidade de um projeto) de cada artista, banda, músicos, cantores, então quero dizer, que se o trabalho for sério de verdade, vale a pena refazer e investir!
Citei o exemplo da gravação do Sgt. Pepper's apenas para mostrar que um bom trabalho nem sempre se faz em poucos dias e sem muito trabalho, pois depende de muitos outros fatores.
No caso dos Beatles, creio que o que pesou mais foi fazer um trabalho ousado com idéias até mirabolantes para os padrões e a tecnologia da época, pois era bem mais difícil conseguir tais resultados, o que encareceu bem mais, ao contrário do primeiro album deles que foi gravado em menos de 10 horas!


CONCLUSÃO

Não podemos acreditar que podemos concluir uma gravação e obter sucesso em todos os aspectos técnicos e artisticos, simplesmente entrando em estúdio, sem considerarmos qual estúdio (e até a equipe envolvida) terá melhores condições, seja em equipamentos, características acústicas ou mesmo "conceituais" que melhor se encaixem com o perfil do projeto!
Repito, muitos dos trabalhos de grandes nomes mundiais não foram gravados do dia para a noite, basta conferirmos a quantidade de takes alternativos de uma mesma sessão para a gravação de algum grande sucesso internacional, por exemplo... são muitos "remakes" principalmente se o objetivo é uma gravação mais natural, que não recorra tanto ao "copia e cola" dos tempos atuais.Mesmo assim, isso não dispensa a necessidade prévia de haver muitos ensáios e a maior segurança possivel por parte de quem vai gravar, assim como a lição de casa, que é a pre-produção.

Por Jonathan Richard